“Enquanto quase todo o mundo oficial da Cúria romana militava sob a bandeira da política; enquanto a corrupção moral e a futilidade de clero italiano, e não menos dos prelados romanos, atingiam níveis espantosos, e Leão X, sem estar atento aos sinais dos tempos, se afundava no tumulto da luxuosa vida profana e dos prazeres estéticos, em Roma, um pequeno número de homens, eclesiásticos e seculares, animados pelo Espirito Divino, e entusiasmados pela virtude e pelo saber, reuniam-se em irmandade, à qual, muito significativamente, deram o nome de Companhia do Amor Divino.”
O Oratório do Amor Divino (Societas divini Amoris) foi o berço da reforma da Igreja, uma reforma silenciosa a partir do próprio testemunho de vida, daqui que nasce o lema “Renovar-Renovando-se.” A vida do Oratório do Amor Divino era um pequeno grupo de homens, motivados pelo desejo de uma reforma em profundidade. Este pequeno grupo tinha a idéia do Amor como fundamental, era um grupo secreto, sendo assim, não se tornavam públicos nem os programas, nem os indivíduos, nem os êxitos. Não se interessava pelo número, mas sim pela qualidade; uma qualidade que era obtida por dois caminhos: a seleção e a formação. O laicato aflora como responsável por uma nova época na Igreja de Cristo. O Oratório do Amor Divino tinha como objetivo a santificação dos seus membros através da Oração, da Eucaristia e das obras de caridade aos mais necessitados, ditada pelas necessidades de tempo e de lugar. Portanto, a oração era unida pela ação e revigorada pela Eucaristia como alimento salutar.
Eis o berço da nova companhia! Aqui foi onde Caetano lançou as primeiras sementes para a reforma da Igreja e onde amadurecia a sua vocação sacerdotal; muitos homens participavam, não só sacerdotes, mas, também, muitos leigos que queriam uma reforma! Naquele contexto histórico, a Igreja não passava por bons momentos: corrupção eclesiástica, venda de indulgências, o magistério da Igreja preocupado mais com o Ter e não com o Ser. A Igreja, como corpo místico de Cristo, era corrompida...
“Em si, a Igreja é santa e sem ruga, no entanto, prostituída em seus membros.”
João Vitor e Chistian Maccedo, postulantes teatinos
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