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Jesus cai pela terceira vez
“Fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi
maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao
matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador.” (Is 53, 6b-7)
Nesta estação contemplamos Jesus que,
fatigado pelo peso de sua cruz, esgotado pelos inúmeros escárnios, humilhado
pelas incontáveis palavras de desprezo, falseia os pés e cai ao chão. Esta
parte de sua subida dolorosa rumo ao monte Gólgota não é contado em nenhum dos
evangelhos, contudo podemos observar a intenção do autor da Via Sacra em narrá-la.
Jesus como homem que era, sofreu as dores e os cansaços pertinentes a alguém
que fosse chicoteado, flagelado, maltratado e que tivesse que carregar o
instrumento principal de sua morte, a cruz.
Jesus passa por todos os sofrimentos que um
homem, exposto a tais circunstancias, sentiria. Mas n’Ele observamos uma
diferença, e é neste ponto que, creio eu, o autor quer nos apontar, Jesus permaneceu
em silêncio. Poderia estar reclamando desde o início, quando foi preso no
Getsemani, poderia tentar fugir quando estava preso no porão do palácio de
Pilatos, poderia jogar a cruz de lado e negar-se a carrega-la, poderia, caído
ao chão, por aí mesmo ficar, mas Jesus levanta-se, e por três vezes.
Para o Judeu o tempo de três dias significa
que não há mais jeito, que não há volta. A vida pública de Jesus vemos o número
três na quantia de vezes que Pedro o nega e a quantia de vezes que jesus
interroga Pedro a respeito de seu amor. Na via sacra podemos tomar o número
três com a seguinte interpretação, quando não havia mais esperança, afinal
Jesus já havia caído duas outras vezes, cansado e quase esgotado pelo cansaço e
pela dor dos ferimentos, ele cai uma vez mais, mas levanta-se. Empunha a cruz e
segue o caminho, não desiste.
Jesus, bom e amável mestre, ensinai-nos a não
desanimar em nossos tropeços e quedas. Ensinai-nos pela vossa Graça, a
caminharmos sempre, rumo a Deus que nos chama, carregando nossa cruz sem
murmurar nem voltar atrás.
Pedro G. Moreira
Pedro G. Moreira
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