Muito se escreve e se lê sobre a pessoa de Caetano,
reformador católico do séc. XVI. Existem diversas biografias sobre ele, porém
escritas por pessoas que nem o conheceram, isso não significa que não haja
credibilidade em seus trabalhos, pelo contrário, houve historiadores e biógrafos
espetaculares do santo, a nível de curiosidade, Caracciolo, Veny, Castaldo¹
entre muitos outros; que souberam reunir de forma cuidadosa dados sobre a vida
de Caetano e compilar textos belíssimos.
Os padres das gerações posteriores, preocupados com a
dimensão histórica da Ordem teatina, esforçaram-se por reunir material sobre o
período da fundação, bem como sobre os primeiros padres. Deste esforço surge
também relatos de padres mais velhos que haviam convivido com os primeiros
padres, neste caso em particular, com o fundador S. Caetano Thiene.
No final do séc. XVI um padre, já idoso, é designado a
escrever 'tudo quanto se lembrasse dos padres antigos', ele se chamava Pe. João
Antonio Prato e nos deixou um relato muito aprazível sobre a personalidade de
S. Caetano, seu modo de ser e algumas informações.
A leitura de tal documento histórico é fundamental para se
compreender um pouco mais o santo, assim como ter um contato mais de perto com
ele.
Segue-se abaixo um trecho do relato de Antonio Prato,
datado em 29 de agosto de 1598:
(...) “Quanto sobre a pessoa do Pe. Caetano, era em
todas as suas ações tais, que com as palavras e com a vida, se pode dizer que
foi um exemplo de todas as virtudes. era humilíssimo com todos submetendo-se a
cada um prontamente, sem perder a sua importância e uma certa prudência, a qual
acompanhava todas as suas ações. Se mostrava em todas as ocasiões amante da santa
pobreza e vestia-se beatissimamente, muitas vezes fazendo (re)costurar as
vestes velhas. Na sua cela não tinha mais que três ou quatro livros, como as
morais de S. Gregório, S. Bernardo e qualquer outro livro devoto. No ajudar os
enfermos, consolar os aflitos, aconselhar os que necessitavam, em todas as
ocorrências, mostrava tanta bondade e caridade para cada um, que se obrigava as
almas de todos. Se mostrava singular na obediência, fazendo de bom grado mais a
vontade dos outros que a própria:onde devendo partir de Veneza para a
prepositura de Nápolis, e, os outros Padres confiando a ele a eleição de um
companheiro, não quis nomear nenhum, ao invés disso, voltado ao Crucifixo,
rezou ao Senhor que inspirasse nos corações dos Padres a dar-lhe aquele que fosse
mais contrário ao seu gosto.” (...)²
Pedro G. Moreira
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1- Estes são um dos principais biógrafos do
santo. É sabido que eles usaram o presente relato como fonte para as suas
biografias.
2- ANDREU, Francisco, Relazione del P. D. Giovanni Antonio Prato, Regnm Dei I (1945), p.
130.
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