“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua Palavra.”(Lc
1,38)
Deste de o
inicio do cristianismo, a Mãe de Jesus gozou de um especial carinho daqueles
que ouviam a Boa Nova da salvação e se disponham a segui-lo. Ela fazia-se
presente com a comunidade nascente, como podemos constatar nos escritos do
livro de Atos: “todos eles perseveravam unanimemente
na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e com os
irmãos dele.” Dela, com certeza, ouviam admirados as maravilhas que o
Senhor havia realizado em tão pequena criatura (Lc 1,49) e como acompanhou com
suas orações de mãe Aquele cuja vida seria entregue para que todos tivéssemos
vida em plenitude (Jo 10,10).
À Maria
Santíssima poderíamos aplicar o trecho de Eclesiástico 24,24-25: “Sou a mãe do puro amor, do temor a Deus, da
ciência e da santa esperança, em mim se acha toda graça do caminho da verdade,
em mim toda esperança da vida e da virtude.” Ou ainda poderíamos aplicar a
Ela outro trecho, agora do livro dos Provérbios 31,28: “seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada e seu marido
para elogiá-la.” Ainda a ela, bem se diz ao afirmar como no livro do
Cântico dos cânticos 2,2: “como o lírio
entre os espinhos, assim é a minha amada entre as jovens;” ou 6,10: “ao vê-la as donzelas proclamam-na
bem-aventurada, rainhas e concubinas a louvam. Quem é esta que surge como a
aurora, bela como a lua brilhante como o sol, temível como um exercito em ordem
de batalha?”.
A piedade
popular e a tradição, sempre conseguiu ver na Sagrada Escritura, os sinais
maravilhosos de uma mulher, que embora sendo a mãe do Salvador esperado pelas
nações, quis se manter uma humilde serva do Senhor! Saindo às presas para a
casa de sua prima para servi-la (Lc 1,39), ou ainda quando nas bodas de Caná,
pede, mesmo diante de uma resposta ríspida de seu Filho para que os serventes
fizessem tudo o que Ele dissesse (Jo 2,5), mas é neste trecho do Evangelho de
Mateus 3,35 que nós podemos constatar que Maria foi aquela que bem soube pôr em
prática a vontade de Deus, pois sempre soube acolher e medita-la em seu coração
(Lc 2,51) fazendo-se assim, mais familiar de Jesus pelo espírito de seguimento
de Deus do que pelos laços de sangue.
Mas,
poderíamos nos perguntar: no que consistiria ser devoto de Maria, mãe de Jesus?
A resposta, quem nos dá, ora é seu próprio filho, ora é o Espírito Santo pelos
escritos do Novo Testamento, ora ela mesma, com seus gestos: confiança e
entrega total ao projeto de Deus (Lc 1,38), recolher-se em silêncio e meditar
aquilo que não compreendemos (Lc 2,51), sabermos que é Jesus quem deve realizar
a obra em nós (Jo,2,5), ouvir atentamente e saber por em pratica a palavra do
Senhor (Lc 8,21), estar de pé diante das dificuldades e sofrimentos apoiados em
Deus (Jo 19,25), perseverar na oração em comunidade atentos ao Espírito Santo
(At 1,14), fé robusta e alicerçada em Jesus (Rm 5,1), esperança na ressurreição
(Rm 6,5), consciência da santidade de seu corpo que é templo do Espírito Santo
(1Cor 6,19), a pratica da caridade (1Cor 13,13), livre em Cristo para amar (Gl
5,1), viver no mundo sempre com os olhos fitos no alto (Cl 3,1)...
Se fossemos
escrever todas as virtudes praticadas por Maria Santíssima, ficaríamos por
muito tempo ainda, encerro esta meditação com uma exortação, a qual
primeiramente eu devo ser o primeiro a ouvir e esforçar-me por praticar: “todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu
de Deus; e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi
gerado. Nisto conhecemos se amamos os filhos de Deus, que guardemos os seus
mandamentos.”(1Jo 5,1-2) Assim espero que saibamos que Ela foi modelo dos
seguidores de Jesus e foi por sua fé no seu Filho que hoje a aclamamos como
bem-aventurada (Lc 1,48). “Isto vos
escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do
Filho de Deus.” (1Jo 5,13).
João Amaro
João Amaro
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