sábado, 14 de setembro de 2013

14 DE SETEMBRO - SOLENIDADE DA SANTA CRUZ FUNDAÇÃO DA ORDEM DOS CLÉRIGOS REGULARES - PADRES TEATINOS (1524) A CRUZ COMO SÍMBOLO E EMBLEMA


489 ANOS DE FUNDAÇÃO

Um Escudo como Consignação: A cruz Desnuda "Os Clérigos Regulares nasceram como um hino desprendido da Cruz"- este é o título dado por chiminelli ao capítulo 17 de sua obra sobre São Caetano.O historiador de nossa Ordem, o Pe: José Silos, descreveu, num dia de grande inspiração, a glória e a significação da cruz na ordem teatina. E o fez na sonoridade de uma dicção latina tão perfeita que seus ecos soam como os discursos arrebatadores de Cícero no Senado romano. Esta jóia da nossa literatura deve ser lida necessariamente em latim. Contudo, tentaremos aqui uma tradução impossível que retenha a força e o esplendor da maravilhosa forma original:"Não existem dias tão solenes e significativos como o do nascimento de nossa Companhia. A decisão de funda-la foi tomada na festa da Invenção da cruz, e procurou-se fazer coincidir sua feliz e realização com o dia da gloriosa Exaltação da Cruz. A Cruz acolheu em seu regaço a nossa Companhia apenas nascida. E era justo que nascesse em tão absoluta como a de Cristo na cruz, que pregava a mortificação da cruz, e que parecia tornar a descobrir e a exaltar a Cruz, a reistaurar a austera forma de vida apostólica em uma nova família clerical.Não posso resistir à tentação de citar aqui aquela famosa alegria que São Justino coloca em sua primeira Apologia: "A Cruz é o maior e mais poderoso símbolo. Porque não se pode cruzar o mar, se este troféu de vitória, que nele se chama vela, não se mantiver firme no navio. Sem ela, não se pode arar a terra com arado; nem os cavadores ou artesãos levam a termo sua obra, se não for com instrumentos que têm esta figura. E a própria figura do homem só se distingue da forma dos animais irracionais, porque pode ficar erecta, pode estender os braços e elevar, partindo da frente, a proeminência do nariz, através da qual se verifica a respiração do animal e que não mostra outra coisa, senão a figura da cruz.E ainda, vossas próprias insígnias, colocam em evidência a força desta figura, falo de vossos estandartes e de vossos troféus de vitória, com os quais são realizados por toda parte vossas marchas, mostrando os sinais do império e do poder, ainda quando o fazeis sem intenção disto"."Longe de mim o gloriar-me senão da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo".( Gal.6,14).A Cruz sintetiza, portanto, o programa de ação dos primeiros grupos de teatinos. Nestes momentos da reforma católica italiana – escreve Llompart – ( e algo parecido acontece do outro lado dos Alpes com a Theologia crucis de Martinho Lutero), pregar a Cruz; rezar equivale a rezar diante da Cruz; o viver cristamente é equivalente a viver pregados na Cruz".
            A Cruz, além do síntese do programa de uma vida apostólica, é símbolo da confiança na Providência: todo recurso é esperado do Pai do Céu. É a exegese viva do sermão da montanha. "Ninguém pode servir a dois senhores. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro...Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça"(Mt.6, 24e33), do evangelho que se lê na missa de São Caetano. Na fachada da Igreja de São Caetano, em Florença (1680), ao lado do brasão teatino da Cruz estão duas mulheres; uma simboliza a pobreza ( o despreendimento) e a outra, a confiança em Deus.
           Concluindo: a Cruz estava plena de significado programático entre os fundadores. A Cruz como "jugo de Cristo", ou "jugo da obediência", a espressão "abraçar a Cruz desnuda", ou "estamos pregados na Cruz", que aparecem no texto de Colli e , sobretudo, na exposição de programa que é feita ao candidato Marco AntônioFlaminio, sintetizam plasticamente o projeto teatino. E é bem notável que o Pe: Carafa considere que ela resume todo o conjunto da vida religiosa. Escrevendo a sua irmão Maria, a fundadora da Sapiência de Nápoles e grande panegirista da Cruz,, fala assim, referindo-se a futura religiosa: "Eu a tenho advertido para que venha desponjada de todas as coisas do mundo, sozinha e desnuda, com a Cruz desnuda, para ser verdadeira escrava de Cristo".
          Para se ver corretamente qualquer candidato a teatino, é preciso vê-lo como vai o primeiro postulante, o espanhol de La Lama, que já citamos: "Quero me esforçar para seguir o Crsito desnudo, junto com eles, até a morte".
          E aquele sacerdote que conviveu como os teatinos nos primeiros dias de Roma, João Maria de Cortesis, advinhou naqueles homens da Crus a dupla vertente de seu programa e de seu escudo, o desprendimento – a radical pobreza – e a confiança em Deus providente: "Nós, pobres de tudo, desnudos de qualquer recurso próprio, vivemos aqui amore Dei"..

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