quarta-feira, 30 de setembro de 2015

São Jerônimo: um incentivador a acolher Jesus Menino

Comemora-se hoje a memória litúrgica de são Jerônimo , dia 30 de setembro. São Jerônimo foi um grande homem dentro da história da Igreja. Seu conhecimento aprofundado nas Sagradas Escrituras rendeu-lhe posteriormente o título de doutor da Igreja, onde à ela, também, foi o responsável pela tradução da Bíblia de suas línguas originárias (hebraico, aramaico e grego) ao latim. Considerado como o patrono dos estudos bíblicos, ele teve influencia na vida de nosso fundador, São Caetano.

A influência de são Jerônimo a são Caetano começa a ocorrer a assim que Caetano torna-se membro do Oratório do Divino Amor, movimento dos leigos de seu tempo que tinha como característica a leitura orante da Palavra de Deus e ações de caridade silenciosas, sem alardes ou busca por reconhecimento vão. E como o cerne do Oratório era as Sagradas Escrituras, nada melhor ter como patrono do que  o homem responsável por torná-las mais acessíveis às pessoas que não tinham contato ou conhecimento com suas línguas originárias. Assim, são Jerônimo começa a fazer parte dos santos de devoção de Caetano, onde gradativamente, vai lhe ajudando em seu seguimento cristão.

Anos se passam e a consciência por reforma da Igreja começa a inquietar nosso santo fundador. O tempo passado junto ao clero romano como secretário do papa Júlio II, e também o ser membro do Oratório do Divino Amor junto ao povo, são a Caetano o suscitar à vida sacerdotal e também a purificação e fortalecimento deste. Purificação e fortalecimento pois em contato com o clero ele se viu responsável por fazer alguma ação que ajuda-se na reforma da Igreja de Cristo, que na época sofria com a corrupção ética e moral; e em contato com o povo, ele viu a necessidade de uma Igreja caridosa que fosse meio de salvação aos seus filhos.

É assim que, em 30 de setembro de 1516, Caetano de Thienne é ordenado padre na Basílica de Santa Maria Maior, onde estão depositados os restos mortais de São Jerônimo. Nesta mesma basílica, onde celebrara sua primeira missa na festa da Epifânia de 1517, na noite de Natal do ano seguinte, um fato extraordinário ocorre a Caetano. Conta-nos a Tradição que após a celebração do sacrifício eucarístico, em profunda meditação sobre o mistério vivenciado no dia, Maria aparece a Caetano e oferece-lhe o Menino Jesus. Caetano aturdido e confuso não o recebe prontamente, mas necessita que uma pessoa o incentive: São Jeronimo.

Interessante notar que é o patrono dos estudos bíblicos o grande incentivador a Caetano a acolher Jesus Menino em seu peito. Quando se acolhe um bebê no regaço faz-se isso com todo o cuidado, velando contra quaisquer perigos que possa acontecer a ele. É interessante também notar que em toda a bíblia as crianças (bebês) sejam sinal de dependência aos homens, seja sinal de fraqueza e necessidade a acompanhamento e ajuda. Conta-se que após essa experiência, a inspiração por reforma do Corpo Místico de Cristo foi tomando corpo em Caetano, e o seu serviço aos necessitados ganhou uma nova força e significação: a cada homem ajudado por Caetano, era o próprio Jesus que ele acolhia em seu peito.

Nesta data de hoje, não devemos apenas comemorar a memória de são Jerônimo ou os 499 anos de ordenação presbiteral de são Caetano, mas também perceber e acolher em nós, que as Escrituras são meios de conhecermos a Deus, e isto nos leva a acolhê-lo na figura  do dependente e frágil.

A experiência só se torna realmente extraordinária quando concretamente é vivida em auxílio aos irmãos.

Franklin Cordeiro,
seminarista teatino.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ó Cruz

Ó Cruz,
Por teu meio o mal foi vencido,
O pecado banido
E o Pai encontrado.

Ato de amor maior não houve
Ao simples Jesus-Nazareno coube
Amar a humanidade de tal maneira
Que sua vida entregue foi naquela madeira.

Dias se foram e as noites também.
Quatro cristãos ardorosos prometem
Assumir-te, em tua Exaltação,
O compromisso de tê-la como Brasão.

Dias se foram e as noites também.
Os frutos dos quatro que se mantém;
Irriga a história com renovação
Levando a Vida [Cristo] a todo cristão.

Ó Cruz,
É assim que ao Reino caminhamos
Tocamos no Pai em quem ajudamos.
E com humilde-orgulho dizemos
Que Teatinos somos e bem fazemos!



Franklin Cordeiro,
seminarista teatino

Visita pastoral de dom Edimilson, O.Cister à comunidade Teatina de Guarulhos

Vivendo as alegrias do Ano da Vida Consagrada, na tarde de hoje dia do aniversário de fundação de nossa Ordem,  recebemos em nosso Seminário São Caetano, a presença de sua Excelência Dom Edmilson Caetano, O.Cister , bispo diocesano de Guarulhos/SP a qual nossa casa e paróquia fazem parte.  Dom Edmilson, se comprometeu ao longo deste ano da vida consagrada visitar todas as casas religiosas da diocese, para melhor conhecer e louvar a Deus por cada dom que enriquece a sua Igreja particular de Guarulhos/SP. A ordem dos Clérigos Regulares - Teatinos, é a única presença masculina de vida consagrada na diocese.

Comunidade Teatina de São Caetano reunida com o bispo Edmilson, O. Cister
em sua visita pastoral em razão ao Ano da Vida Consagrada

O bispo foi recepcionado com um café e onde num ambiente de descontração conversou e relembrou fatos do cotidiano. Em seguida a comunidade formativa e religiosa apresentou ao senhor Bispo um pequeno resumo dos santos, beatos e veneráveis da Ordem dos Clérigos Regulares, também mostrando rapidamente a história dos Teatinos no Brasil.

Comunidade Teatina de São Caetano reunida com o bispo Edmilson, O. Cister
em sua visita pastoral em razão ao Ano da Vida Consagrada
Após esse momento de conhecimento, todos nós com o coração alegre por celebrar a Exaltação da Santa Cruz, e acrescida a intenção de fazer memória aos 491 anos de fundação Dom Edmilson, presidiu a santa missa, co-celebrada pelos padres José Francisco, CR e Padre Misael Germano, CR e assistido pelo Diácono Bruno Reis, CR.  Na homília o bispo destacou para a comunidade a importância que devemos dar ao testemunho de Cristo na Cruz, acolhendo em nossas vidas esse grande Amor de Cristo por nós, que nem mesmo a morte conseguiu vencer. Nos levou a refletir o sentido de ser cristão, que nos convida a sermos como o próprio Cristo que amou até mesmo o seus inimigos, a celebração de hoje nos indica que a Cruz deve sempre ser exaltada pois é para nós Salvação!

Nosso encontro ainda teve um momento fraterno, onde depois de ter participado da mesa eucarística, nos reunimos em torno da mesa do ágape, onde mais uma vez partilhamos não só os alimentos, mas também a vida. Ao final no momento de despedida, a nossa comunidade ofereceu ao senhor bispo, um livro da biografia de São Caetano, para que possa ao ler a história de nosso fundador possa ele também ser ainda mais devoto, por especial motivo pois além de Edmilson ele assina em seu nome o nome de nosso santo Fundador Caetano.

Queremos muito agradecer pela fraterna visita, e pedimos pela intercessão dos santos teatinos muita paz e luz em sua vida e ministério!



Ir. Blener Domingues, CR 











sexta-feira, 11 de setembro de 2015

À sombra da Cruz nascem e crescem as boas obras


Queridos irmãos e irmãs, nós estamos nos preparando para melhor viver a festa da Exaltação da Santa Cruz, uma festa que para os Teatinos tem um significado a mais! Nossa família é reconhecida, abençoada e fundada no dia 14 de setembro de 1524, dia em que nossos fundadores disseram sim a vontade de Deus assumindo o carisma derramado pelo Espírito Santo em seus corações. Por isso podemos dizer que para os Teatinos a Cruz é nosso DNA, é nossa identidade e a fonte e origem de toda a nossa família.


Não só pelo fato de ter sido no dia da Santa Cruz, mas pelo fato de nossos fundadores terem desenvolvido ao longo da vida a espiritualidade da Cruz. Os teatinos nasceram e cresceram fortalecidos pela Cruz. São Caetano vai nos dizer que devemos sempre ter a cruz por perto, sem a imagem do crucificado, para que em seu lugar nós possamos nos colocar. E aprender com ele a ser humilde, misericordiosos, confiantes...

Pois é à sombra da cruz que o cristão deve tomar o seu lugar, pois este foi o modo que o Pai resolveu nos agraciar. Devemos nos posicionar debaixo da cruz de Cristo, com Maria, pois dali flui o sangue que dá vida. Jesus morreu a nossa morte para que vivamos a sua vida.

A Cruz de Cristo é o acontecimento central da nossa fé. Não é objeto de decoração, não é amuleto. É acontecimento, é realidade.

Tem muito cristão indo em muitos lugares onde não se fala mais da cruz de Cristo. Temos que tomar cuidado com os caminhos que nós temos andado, pode ser que eles não estejam nos levando para o Céu. Pois, possa vir a moda que vier, devemos permanecer a cruz de Cristo. Que gera vida! O cristão encarna na própria vida os mistérios da cruz porque nossa força vem dali! A cruz é escola de Cristo para o cristão.

A Cruz de Cristo é o seu trono, e é dela que nos vem a força de amar e ajudar a tantos crucificados pela sociedade, que ainda hoje continua fazendo o mesmo que fizeram com nosso Senhor. São Caetano tem a inspiração de que toda a nossa força deve vir daquele que não desistiu de nós, que por amor RENOVOU TODAS AS COISAS! Sejamos comprometidos em ser sinais desta renovação assim como nos ensina nosso fundador!

NADA PEDIR E NADA POSSUIR
LIGANDO A MINHA VIDA A CRUZ DE CRISTO!


Ir. Blener Domingues, C.R. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Maycon Costa, novo prefeito da comunidade!



E a nossa comunidade de fomação possui um novo prefeito!

Durante a reunião comunitária do mês de agosto foi escolhido o postulante Maycon Costa para ser o prefeito da casa de formação. O prefeito é a pessoa responsável pela casa quando o reitor não se encontra. No mês anterior quem ocupava essa função era o postulante Chritian Maccedo, no qual "empoçou" seu sucessor com as insignias do cargo.

Que Deus dê ao novo prefeito da comunidade a sabedoria necessária nesse novo cargo. /\

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

As coisas do Alto


Devemos ter uma vida de intensa busca dos valores do Reino de Deus. Querer ser cidadão do céu, ser santo, ser intimo do Amor que pouco a pouco vai nos transformando também em Amor para o próximo.
O que é ser todo Amor? Ser todo amor é ter na própria vida os mesmos sentimentos, desejos e vontades do Senhor que nos amou por primeiro. Só é verdadeiramente cristão aquele que abre o coração ao Amor, aquele que se afeiçoa com tudo aquilo que nos eleva. E quando aqui falamos de abrir o coração para o Amor é abri-lo para aqueles que são esse Amor encarnado, os mais necessitados que carecem de uma acolhida, e quem os acolhe, aceita Deus e tem a vida transformada. Porque sente a presença real do Amor que gera vida!
Essa transformação vai causar em nós uma profunda purificação, nos dando força para permanecer e perseverar na caminhada de fé, caminhada essa que nos transforma naquilo que Ele quer, sem que nos tornemos grandes e sim no dia a dia vamos nos apequenando para ver a grandeza daquele que é, foi e será o Deus Conosco que caminha em nosso meio sem jamais deixar de nos Amar!


Ir. Blener Domingues, CR

Veja também a última pregação do Padre Léo, que soube abrir seu coração ao Amor!


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Semana da Família, 3° dia - Construindo o futuro

No 3º dia de Encontro com as Famílias, nas alegrias da Semana Nacional da Família promovida pela CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) e pela Pastoral Familiar, nos encontramos na Comunidade Nossa Senhora da Pureza para a reflexão do 3º dia dessa semana toda especial voltada à Família.
Ajudou-nos nessa reflexão a Sra. Márcia Campos, Coordenadora do CPP da Paróquia São Geraldo. Durante todo o encontro Márcia destacou a importância de vivermos em Família, nos recordando do futuro, mas nunca deixando de viver o HOJE, que é o mais importante: “O hoje é o nosso futuro, ele é essencial. Se esquecemos dele, nunca teremos felicidade plena em nossas famílias”, salientou a Sra. Márcia.

Márcia também nos apresentou a Música “Não perca as crianças de vista”, da Banda O RAPPA:
“Pra enxergar o infinito debaixo dos meus pés
Não Basta olhar de cima
E buscar no escuro o obscuro
A sombra que me segue todo dia
Deixo quieto e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir
Deixo quieto e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir
Os jornais não me informam mais
E as imagens não são tão claras
Como a vida
Vou aliviar a dor e não perder
As crianças de vista, crianças de vista
Familia, um sonho ter uma familia
Familia, um sonho de todo dia
Familia é quem você escolhe pra viver
Familia é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguinea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia”

Link: http://www.vagalume.com.br/o-rappa/nao-perca-as-criancas-de-vista.html#ixzz3ijh33eIC

Portanto, É a partir das famílias, e através do exemplo de pais e educadores, que preparamos as crianças e jovens para o futuro. Fomentando uma cultura de verdade, exigência e confiança, em nós e nos outros. E formando mulheres e homens livres e responsáveis.



Ir. Lucas Gobbo, CR

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Semana da Família, 2° dia - Homem e Mulher construindo um matrimônio santo

O 2º dia da nossa semana da família com o tema: Homem e mulher, construindo um matrimonio santo. Tivemos como palestrantes o casal, Letícia e Nelson, que deram seu testemunho vivo, de como viver um matrimonio santo, sendo sustentado pelo, dialogo e o perdão, ambos na constância do dia a dia. Foi colocado de inicio pela fala do Padre Francisco, um breve resumo da noite anterior, da palestra de ontem 10, onde o amor entre o casal, se resume a doação um pelo outro, uma doação gratuita, resumindo no amor sendo um Dom de Deus pensando no outro, na questão da sexualidade sendo também de Deus dentro do matrimonio, não se define somente em sexo, mas no puro respeito um pelo outro. E hoje o casal Letícia e Nelson abrangeram o tema, onde o matrimonio deve ser santo, dando um belo testemunho onde, eles passaram pela experiencia em descobrirem juntos o que Deus já sonhava para eles e que eles ainda estavam descobrindo, fazendo-os a participarem do Encontro de casais com Cristo(ECC) e atuando precessionalmente na vida de um outro casal que estava passando por uma dificuldade de relacionamento familiar assim podemos dizer, que sem perceberem Deus os usou como sinal da graça na vida desse outro casal, ou seja, não existe família saudável sem o perdão. Falando um pouco da vida entre casal, onde não existem dois, mais um, o casal precisa dialogar constantemente,ou melhor, toda hora, pois, é a vida dos dois que está em jogo e também a dos filhos, certas decisões somente eles dois podem tomar. Letícia ressaltou: "Quando temos o amor de Deus conseguimos no unir sentir esse amor e passar por qualquer dificuldade, basta deixarmos Deus entrar na nossa vida, em nossa casa, e em nosso matrimonio". Uma das ultima falas foi: "O amor deriva tudo, paz, felicidade, paciência dentre outros". 


Atrás de um SIM, há milhões de NÃO. Reflita!




Christian Maccedo, postulante teatino

Semana da Família, 1° dia - Sexualidade: dom de Deus; palestrante Dr. Carlos Takahara




Deus, ao criar o homem, o fez na sua totalidade, individualidade e definido sexualmente. Sendo dom de Deus, a sexualidade não pode ser vista como algo separado do homem, mas algo essencial para a salvação. Por isso, é preciso assumir com responsabilidade a sexualidade como identidade de si mesmo. Se Deus me fez homem, não posso ser outra coisa e, se você é mulher não poder ser outra coisa a não ser mulher. O dom de Deus não pode ser estragado pelo homem e sim assumido.


“O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si, na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são dons complementares, pelo que a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher. «A sexualidade é uma componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano». Esta capacidade de amor como dom de si tem, por isso, uma sua «encarnação» no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. «O corpo humano, com o seu sexo, e a sua masculinidade e feminilidade, visto no próprio mistério da criação, não é somente fonte de fecundidade e de procriação, como em toda a ordem natural, mas encerra desde “o princípio” o atributo “esponsal”, isto é, a capacidade de exprimir o amor precisamente pelo qual o homem-pessoa se torna dom e mediante este dom atuar o próprio sentido do seu ser e existir». Qualquer forma de amor será sempre marcada por esta caracterização masculina e feminina” (Conselho Pontifício para a Família, sexualidade humana, n.10)


“A sexualidade humana é, portanto, um bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser «muito bom» quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e «homem e mulher os criou» (Gen 1,27). Enquanto modalidade de se relacionar e se abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. «A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente   humana»” (Conselho Pontifício para a Família, sexualidade humana, n.11). 


 Reflexão por Ir. Blener Domingues, CR


sábado, 8 de agosto de 2015

Viva São Caetano! Viva!

E o dia de São Caetano se passou! Em mais se uma semana de reflexões sobre a vida dele, o que podemos apreender para nossa vida? Como deve ser nossa forma de pensar e agir a partir de agora? Qual o tamanho da importancia de seus ensinamentos que podem mudar minha vida? Estas são pontos de reflexão para cada um nós que acompanhamos a novena. E, em suma, o que deve orientar essa mudança é o programa de vida que São Caetano nos deixou: a confiança na Divina Providencia o alimentar-se diariamente das Sagradas Escrituras e constantemente da Eucaristia e ter a Cruz-Desnuda como escudo. Estes são os pontos que devem orientar nossa mudança.

Para finalizar, algumas fotos de nossas festividades de nossa solenidade, que começou com um momento de oração da capela São Caetano, um almoço festivo com os benfeitores do seminário e em tudo isso, tivemos como convidados especiais a comunidade teatina de Sorocaba formada pelos padres Aristeu, José Geraldo, Amador e Carlos Magno (Daguinho), do qual presidiu a Missa, todos Clérigos Regulares.

Que são Caetano esteja sempre intercedendo a Deus por nós para levarmos a palavra de Deus a quem mais necessita!

E viva São Caetano!








quinta-feira, 6 de agosto de 2015

9° dia - São Caetano: sacerdote a serviço da Palavra

Uma das influências que atuou em são Caetano para iniciar a reforma na Igreja foi o Evangelho. A sua leitura constante, absorvendo do texto os ensinamentos lá presentes, impulsionava Caetano no que ele teria que realizar. Ao permitir-se se modelar por Cristo no Evangelho, fazia que a sua visão de mundo tivesse como parâmetro e fim os bens celestes. Assim, quando se deparava com alguma situação que não condizia com o que a Palavra pedia, ele não o fazia. A partir desse momento nós percebemos o quanto é importante a leitura das Escrituras, já que elas influem nas ações dos homens, impedem e ao mesmo tempo é ponto de partida para agir.

Caetano era aquele sacerdote que não julgava sem conhecimento, e o seu julgamento não era pautado em um moralismo infundado, mas sim pautado numa Palavra que foi cristalizada pela sua vivencia e ação. Seu sacerdócio foi essencialmente evangélico e evangelizador. Evangélico pois era dele que Caetano auria forças para seu trabalho reformador, e também era dele que Caetano pegava como parâmetro a ação. Evangelizador pois suas mãos buscavam concretizar e tornar real a fé em Cristo, evangelizando muito mais por caridade do que por intelectualização em escritos de tratados ou regras, sendo a maior destas a própria Boa-Nova.

Devemos ver em Caetano de Thiene uma pessoa que desejou proporcionar a si mesmo e ao outros, uma maior vivencia dos ensinamentos do Amor, servindo-se da Palavra e em serviço dela. É por esta razão que sua obra perdura até agora, pois soube perceber que a ação de Deus encontra-se na lógica de escutar Deus em sua Palavra, e atuar por ela a quem necessita.

Peçamos a sua intercessão para que possamos nos alimentar da Palavra, semelhante a ele, e agir pela Palavra, tão bem quanto ele.

Franklin Cordeiro, seminarista teatino

terça-feira, 4 de agosto de 2015

8° dia - São Caetano: Dai-nos fazer o que o Pai deseja

Nós já conhecemos são Caetano como o "padre da Providencia", sua vida foi de absoluto e total abandono nas mãos dela e falar da providência é falar de confiança e pobreza. Não qualquer pobreza, senão de uma pobreza assumida como alternativa e opção radical pelo Evangelho – Boa Noticia. Nos pobres realiza-se o milagre da Providência. Só aqueles que têm as mãos vazias podem ver a si mesmo cheios. As credenciais da providência as têm unicamente os pobres.  Como sabemos Caetano se entrega nos braços da providencia, não que ele agora deixe cumprir com suas tarefas, mas ao contrario, ele agora faz com mais afinco crendo que todos os seus propósitos e sonhos estão entregues nas mãos de Deus, esse mesmo Deus misericordioso, que sabe das necessidades de seus filhos. Então, Caetano passa a experimentar isso em toda a sua vida, sentir o a mão de Deus agir em todas as suas ações.

Cumprir o desejo o Pai não é visto como uma imposição, algo desgastante em caminhos de cruz de sofrimentos. Pelo contrário, cumprir o desejo do Pai é a maior forma de liberdade que o ser humano pode sentir, pois além de estarmos servindo para o bem comum, construindo o Reino de Deus para sua maior Glória, contamos ainda com a ação que supri as lacunas de nossa vida, sejam essas espirituais, psicológicas ou materiais. Cumprir a vontade do Pai é reconhecer que Ele não possui outras mãos para atuar na sociedade do que as nossas, pois ele necessita de instrumentos seus para demonstrarem à sociedade seu Amor Pleno. É perceber que Ele está em nós, no canto mais profundo de nosso ser, do qual nos vem a "anima" que conduz nosso corpo; e que estamos Nele, pois sua presença é tão abarcadora e completa que podemos ver Deus resplandecendo na realidade.

Onde é que podemos ver Deus na realidade? Além de sua presença nas cerimônias religiosas, vemos Deus que grita "tenho sede" (Jo 19,28) nos necessitados à nossa volta. Qual é a sede de cada um desses nossos irmãos necessitados? Em muitos será a sede representada na água, por questões básicas à sobrevivência humana, seja comida ou saúde completa. Em outros será por dignidade, onde a falta de compaixão leva os outros a estados inumanos de existência. Já em outros, e isto é gritante, a sede está em um sentido plenificador de suas vidas, em uma dose essencial de espiritualidade a cada dia de modo que eles possam viver reconhecendo que são Filhos de Deus por Cristo.

A nós hoje, depois de longos dias de novena, devemos reconhecer onde está o desejo do Pai em nossas vidas, confiar-nos à sua ação em nós e assim sermos plenamente felizes.

Que a intercessão de nosso querido santo não nos falte no cumprimento da vontade do Pai. Amém /\

 Franklin Cordeiro, seminarista teatino, 
e Christian Maccedo, postulante teatino

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

7° dia - São Caetano: esperança dos doentes

Em tempos passados, especificamente na época de Caetano, os hospitais para ajudar um necessitado sofredor eram muito escassos, falta de assistência ao doente, uma mão atenção especial à pessoa que está perecendo. A sífilis era uma doença que atingia muita gente nesta época, pessoas que morriam por falta de auxilio hospitalar na cura ou tratamento da mesma doença. Caetano manifestado pelo amor ao próximo constrói o hospital dos incuráveis para ajudar os enfermos que sofriam com essa doença e outras também.

Mais uma vez Caetano torna-se sinal visível da ação de Deus em favor daqueles menos favorecidos, os pobres e sofredores. Agora cabe a cada um de nós seguirmos o seu testemunho vivo, de olharmos e sermos sinais visíveis da presença de Deus em favor dos menos favorecidos, na ajuda ao doente, na assistência àqueles que sofrem; que nos doemos em vista do bem estar do nosso irmão, especialmente aquele que sabemos que precisa de nós, da nossa atenção, do nosso serviço, das nossas mãos, da luz de nossa esperança.

Roguemos a São Caetano, de modo que ele nos inspire a doar nossas mãos àqueles que estão doentes e sem esperança. Amém /\

João Vitor e Christian Maccedo, postulantes teatinos

domingo, 2 de agosto de 2015

6° dia - São Caetano: lutando pelo Reino de Deus


"Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo isso vos será dado em acréscimo” - Evangelho segundo Mateus 6,33.

Este é o lema dos Teatinos! Nesta passagem nos é dado a maior utopia de todas, que é buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Muito se pensa que utopia seja algo imaginário, enganador e inocente. Mas ao contrário, utopia é o reconhecimento de uma realidade que deve servir meta para alcançarmos. Em uma analogia: é perceber as estrelas, e mesmo não a tocando, deixar que elas nos iluminem e nos seja um lembrete de que existem. E pegando um viés cristão, o Reino de Deus é a maior utopia de todas, quando a justiça, comunhão e harmonia imperar entre os homens com Deus.

Muito se pensa que será apenas algo que está por vir, em um futuro distante que acabaremos por não viver, mas este é um pensamento errôneo. O Reino de Deus inicia-se com a sua busca. Quando saímos do estado de inércia e nos colocamos a caminho nos ensinamentos de Jesus, já pré-visualizamos o Reino. Quando reconhecemos Cristo como o sacramento de Deus, sendo o sinal perfeito do amor dele para com sua maior criação; e, por nossa própria vontade, buscamos seguir os ensinamentos deixados por Ele, reconhecendo a presença deste naquele que sofre e necessita de um irmão que o ajude, já estamos pré-visualizando o Reino de Deus. Ou seja, o Reino inicia-se quando assumimos Cristo e o vivemos aos outros.

Até que o Reino impere em nosso meio será por demais de necessário assumir o mistério do auxílio divino, e deixar que ele conduza nossos passos. Isto não será algo inconsciente, como autômatos marchando vendados. Não. Isto será como seres humanos que reconhecem essa utopia almejada, e depositam sua esperança e mãos à Providencia para alcança-la. É sermos agentes do Reino como seres imperfeitos, mas que busca a perfeição por Deus e através dele.

E Caetano agiu dessa forma. Toda vez que ele viu no pobre o Cristo que necessitava de ajuda, ele pôs um tijolo na construção do Reino. Toda vez que ele renunciava aos luxos comuns do clero de sua época, e doava-se à Providencia, ele pôs um tijolo a construção do Reino. Toda que ele impedia que um ser humano morresse de forma desolada, ele construía o Reino de Deus, nossa maior utopia... E agora nós, estamos a cada passo nos permitindo construir o Reino? Estamos seguindo o caminho de Cristo, vivenciando seus ensinamentos e não temendo a Cruz, mas assumindo-a como inspiração contra os obstáculos? Estas são reflexões a todos nós, sendo necessária a resposta sincera conosco mesmos para sermos pessoas cristiformes e alcançarmos a paz em Cristo.

Que a ação da Providência auxilie-nos na edificação do Reino de Deus, não nos permitindo velar esta utopia, mas tê-la como estrela que orienta nossos passos. Amém /\


Franklin Cordeiro, seminarista teatino

sábado, 1 de agosto de 2015

5° dia - São Caetano: santo da Providência e Advogado dos Pobres

Dos muitos temas que podemos aprender da vida de São Caetano, hoje analisaremos dois em especial: sua confiança na Providencia e a sua defesa e promoção humana aos pobres. Já foi falado que a confiança na Divina Providencia, radicalizando-a em um carisma de Ordem, foi a resposta encontrada por Caetano contra os vícios luxuosos do clero de sua época. O fato dos fundadores (Caetano de Thiene, Pedro Caraffa, Bonnifácio di Colli e Paulo Consigliere) responderem ao papa, no dia de inauguração de sua empreitada - 14 de setembro de 1524, solenidade da Exaltação da Santa Cruz -, que viveriam conforme a vontade de Deus expressa em sua Providencia, revela que não desejavam correr o risco da corrupção presente no dinheiro, e que a fé na ação de Deus, por meio de nós, os supriria.

Caetano usa por base uma passagem em especial do Evangelho segundo Mateus que orienta todo o carisma e a espiritualidade da Ordem: 
"Por isso eu lhes digo: não se preocupem com a vida de vocês em relação ao que vão comer e beber; nem com o corpo de vocês, em relação ao que vão vestir. Acaso a vida não vale mais que a comida, e o corpo mais que a roupa? Observem as aves do céu, que não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros, e o Pai de vocês que está nos céus as alimenta. Por acaso vocês não valem mais que elas? Quem de vocês, com suas preocupações, consegue prolongar a própria vida um pouco que seja? E quanto à roupa, por que vocês se preocupam tanto? Aprendam com os lírios no campo, como crescem, eles que não trabalham nem fiam. E eu digo a vocês, que Salomão, com toda a sua majestade, nunca se vestiu como um deles. E se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é jogada no fogo, não fará muito mais por vocês, tão fracos na fé? Portanto, não vivam preocupados, dizendo: 'O que vamos comer? O que vamos beber? Com que nos vestiremos? Porque são os gentios que se preocupam com todas essas coisas. O Pai de vocês que está nos céus sabe que vocês precisam de tudo isso. Busquem primeiro o Reino de Deus e a sua justiçam e todas essas coisas ficarão garantidas" - 6, 25-33.
É um grande texto, que merece ser lido e relido. É nesta passagem que Jesus nos ensina a confiarmos na Divina Providencia e deixarmos que Deus nos encaminhe e as nossas necessidades sejam supridas. Lembremos que nesta passagem Jesus não nos diz a sermos inertes em nossas ações, esperando que o que precisamos venha sem esforço, mas sim, nos ensina não nos preocuparmos de modo exacerbado com responsabilidades que não são nossas em primeiro lugar, mas sim, daquele a quem chamamos de Pai. Se Ele dá de alimento às aves do céu, e faz crescer os lírios no campo, não fará muito mais por nós, seus filhos e ironizados por nossa fraqueza de fé? Esta passagem visa que vivamos a cada dia com as nossas obrigações, sem que as do futuro nos tire o sono do presente. No final, algo que não deve ser tirado de nós, é a busca constante pelo Reino de Deus, onde a justiça imperará.

É então que o segundo tema da vida de são Caetano se encaixa. O Reino de Deus não é apenas aquele lugar angelical que pela piedade chamamos de paraíso, mas sim que este deve iniciar-se aqui. Deveremos possuir asas e cantarmos Santo, Santo, Santo eternamente? Não, ainda não... Neste mundo, o Reino de Deus se faz quando a cada dia buscamos que haja igualdade entre todos os seres humanos. Quando saímos de nosso individualismo e buscamos o bem comum e a saúde da casa comum: a Terra. É quando uma comunidade simples e de periferia consegue conquistar seu povo na vivencia de sua fé, uma fé consciente e não fora da realidade onde os pés pisam. É quando a mão é dada àqueles que estão caídos fora da sociedade e, mesmo não merecendo em nossos juízos, os ajudamos a se reerguerem e serem autônomos.


Assim que São Caetano conseguiu ser o advogado dos pobres, tendo como leis a Bíblia e como inspiração o Reino de Deus. Foi nesta lógica que ele criou o Hospital dos Incuráveis que procurava dar morte digna àqueles encontravam-se no lusco-fusco da vida. Neste quinto dia da novena, aonde já chegamos ao seu meio, devemos refletir se nos abrimos à Providência e o nosso andar dirige-se ao Reino de Deus.

Que Caetano de Thiene, santo da Providência, junto com Maria de Nazaré, mãe da Pureza, roguem a Deus por todos aqueles que permitem que Ele os conduza, e que isto seja pela edificação do Reino de Deus. Amém /\

Franklin Cordeiro, seminarista teatino

sexta-feira, 31 de julho de 2015

4° dia - São Caetano: exemplo de reforma interior

Caetano de Thiene, proclamado santo por Clemente X em 1671, teve por inspiração divina a necessidade de uma reforma profunda na Igreja de Roma. Enquanto os dissidentes germânicos esbravejavam contra as corrupções do clero italiano, e viam que o futuro da mensagem de Cristo não estava sob as orientações dos papas, Caetano, assim como Lutero, vivencia e reconhece as mazelas daqueles que se diziam cristãos, mas, diferentemente do frei protestante, percebe que a reforma necessita surgir de dentro para fora.

É então que ele compila a famosa frase que se tornou lema para muitos teatinos: “Renovai, renovando-se”. Este é um dos melhores conselhos práticos àqueles que anseiam por uma mudança pessoal e, também, da sociedade. Nenhuma renovação ocorre sem que os seus sujeitos sejam renovados. É por isso que os reformadores precisam ser pessoas reformadas, caso contrário, suas palavras serão incoerentes para com suas ações, e todo o seu projeto será refutado e ignorado. No entanto, e Deus deve ser agradecido por isso, Caetano não se encontra no meio desses homens.

Sua proposta de Igreja foi tão acertada e fértil que a Ordem dos Clérigos Regulares possui quase 500 anos de história. E Caetano, que significa "homem de armas", utilizou de "armas" cristãs para ser instrumento de Deus face a sua realidade: a confiança na Divina Providencia, a Cruz-Desnuda, a Sagrada Escritura e, como forma de legitimar tudo isso, a Caridade para com os pobres. E hoje, podemos utilizar dessas mesmas "armas" para nos renovar.

A confiança na providência de Deus-Pai foi a resposta contra a idolatria ao dinheiro e ao luxo presente no clero. Para nós no século XXI, o fato de abrir-se à providência pode ser considerado loucura, mas revela a coragem em deixar que Deus nos sustente e nos dê a oportunidade de rever nossos pensamentos e procurar acertá-los. A cruz não simboliza apenas as provações que podem advir quando se anda contra a corrente em nome do Reino, mas sim, a inspiração necessária de saber que Jesus ressuscitou, está presente no necessitado que clama por justiça e dignidade; e, o que é consolador, que está ao lado daquele que se abriu a ação de Deus. Para que o fervor por renovação não cesse, possui nas Sagradas Escrituras o alimento espiritual em ouvir a Palavra de Deus, deixando-a que se entranhe em cada coração. E na caridade, no auxilio aos necessitados, há o coroamento concreto de alguém que se permitiu seguir a Cristo, sendo as mãos àqueles que não conseguem se apoiar.

Roguemos a são Caetano, pedindo sua oração para que possamos nos renovar interiormente e sermos sinais de Deus àqueles que necessitam! Amém /\

Franklin Cordeiro, seminarista teatino


quinta-feira, 30 de julho de 2015

3° dia - São Caetano: vivendo do comum e do comum

São Caetano de Thiene foi um homem que soube ouvir e realizar a vontade de Deus. Quando ele percebeu os sinais dos tempos que gritavam por uma reforma visando o futuro da proposta de Cristo, ele não se reteve a trabalhar por isso. Enquanto o clero de sua época esquecia-se do dever sagrado que foram ordenados, vivendo isoladamente em função de seus luxos e usando da Igreja para mantê-los, ele volta-se às Escrituras e permite ser alimentado por elas. Uma passagem em especial toca seu coração e a cada dia sustenta sua missão reformadora - o relato das primeiras comunidades cristãs:

"Eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão, na partilha do pão e nas orações. Todos os que acreditavam eram unânimes e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam entre todos, conforme a necessidade de cada um. E todos os dias perseveravam unânimes no Templo. E partiam o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração" - At 2, 42.44-46

As primeiras comunidades foram aquelas que experimentaram profundamente Cristo através dos apóstolos. Estes ensinavam ao povo o que eles próprios haviam ouvido da boca de Jesus e buscavam viver em comum-união entre si. Antecipavam o Reino de Deus na terra com o auxilio mútuo. Como expresso na passagem, os bens que cada um possuía eram vendidos e distribuídos coforme a necessidade de cada um de forma que não perecessem e perdessem sua dignidade como filhos de Deus. As orações eram feitas juntas, elevando seus agradecimentos e certamente pedindo a força do Espírito para viverem em meio às perseguições e injustiças.

Caetano percebe, então, que uma das respostas aos sinais dos tempos era voltar ao exemplo das primeiras comunidades. Já havia ordens em sua época que viviam em comunidade, mas eram majoritariamente contemplativas, e nenhuma delas de padres - clérigos - que professassem os votos de pobreza, castidade e obediência (os Conselhos Evangélicos) e vivessem ativamente no mundo. Assim, Caetano e seus companheiros inauguram na história da Igreja a chamada vida Apostólica.


Uma das características do novo carisma era viver em comum e do comum. Em comum entre os clérigos numa mesma casa, visando o auxilio mútuo entre eles, e também, como forma de orientarem-se no seguimento cristão. Do comum é a resposta contra os excessos da Igreja da época, de modo que o voto de pobreza fosse vivido e assim não hostilizassem o Cristo presente nos pobres.

Caetano novamente dá-nos um exemplo do ser cristão, fazendo jus ao seu título de santo. Reconhecer e procurar a comum-unidade entre os irmãos é buscar despojar-se do que é supérfluo em minha vida que não permite que eu esteja em harmonia com quem está à minha volta. É reconhecer que cada homem não é uma ilha em si mesmo, mas sim que minhas ações interagem direta e indiretamente no meu próximo. É reconhecer Cristo como o centro unificador do ser humano, e por seus ensinamentos, buscar sempre o melhor de si para o melhor comum, buscando sempre o Reino de Deus e a sua justiça! 



Que São Caetano rogue ao Pai para recebermos o vigor, a ternura, a fortaleza e a sabedoria necessárias para vivermos irmanados em Cristo! Amém /\


Franklin Cordeiro, seminarista teatino

2° dia - São Caetano: ensinai-nos o Divino Amor

Não se pode falar dos Clérigos Regulares, sem entender o ninho onde a preciosíssima e digníssima Ordem aninhou, e depois voou como uma grande águia: o berço desta nova criança é o Oratório do Amor Divino.

“Enquanto quase todo o mundo oficial da Cúria romana militava sob a bandeira da política; enquanto a corrupção moral e a futilidade de clero italiano, e não menos dos prelados romanos, atingiam níveis espantosos, e Leão X, sem estar atento aos sinais dos tempos, se afundava no tumulto da luxuosa vida profana e dos prazeres estéticos, em Roma, um pequeno número de homens, eclesiásticos e seculares, animados pelo Espirito Divino, e entusiasmados pela virtude e pelo saber, reuniam-se em irmandade, à qual, muito significativamente, deram o nome de Companhia do Amor Divino.”

O Oratório do Amor Divino (Societas divini Amoris) foi o berço da reforma da Igreja, uma reforma silenciosa a partir do próprio testemunho de vida, daqui que nasce o lema “Renovar-Renovando-se.” A vida do Oratório do Amor Divino era um pequeno grupo de homens, motivados pelo desejo de uma reforma em profundidade. Este pequeno grupo tinha a idéia do Amor como fundamental, era um grupo secreto, sendo assim, não se tornavam públicos nem os programas, nem os indivíduos, nem os êxitos. Não se interessava pelo número, mas sim pela qualidade; uma qualidade que era obtida por dois caminhos: a seleção e a formação. O laicato aflora como responsável por uma nova época na Igreja de Cristo. O Oratório do Amor Divino tinha como objetivo a santificação dos seus membros através da Oração, da Eucaristia e das obras de caridade aos mais necessitados, ditada pelas necessidades de tempo e de lugar. Portanto, a oração era unida pela ação e revigorada pela Eucaristia como alimento salutar.

Eis o berço da nova companhia! Aqui foi onde Caetano lançou as primeiras sementes para a reforma da Igreja e onde amadurecia a sua vocação sacerdotal; muitos homens participavam, não só sacerdotes, mas, também, muitos leigos que queriam uma reforma! Naquele contexto histórico, a Igreja não passava por bons momentos: corrupção eclesiástica, venda de indulgências, o magistério da Igreja preocupado mais com o Ter e não com o Ser. A Igreja, como corpo místico de Cristo, era corrompida...


“Em si, a Igreja é santa e sem ruga, no entanto, prostituída em seus membros.”

 João Vitor e Chistian Maccedo, postulantes teatinos

quarta-feira, 29 de julho de 2015

1° dia - São Caetano: filho consagrado a Maria


Em toda a teologia católica Maria recebe um humilde lugar de destaque. Parece um antagonismo, mas na realidade, é apenas uma dupla dignidade que ela possui. Foi a ela que o anjo foi enviado, anunciando que no seu ventre o Verbo de Deus encarnaria e a aliança com os homens seria cumprida. Ela, humildemente, dá seu sim à proposta, e hoje os homens têm Jesus Cristo como o salvador. Padre Zezinho, em suas músicas catequéticas, nos mostra claramente o lugar de Maria na economia da salvação: "Não és deusa, não és mais que Deus, mas depois de Jesus o Senhor, neste mundo ninguém foi maior". Aqui se apresenta o motivo por Maria ser considerada humilde, e também por que recebe lugar de destaque na tradição católica.

Temos Maria como o exemplo de disponibilidade ao Pai e exemplo de seguimento de Cristo. Nas Bodas de Caná, presente na belíssima passagem do livro de João, quando recorrem a ela para solucionar o problema que passavam, ela não hesitou em recorrer a seu filho, e também não hesitou em orientar o que deveria ser feito: "faça tudo o que ele vos disser". Assim, Maria não é aquela que deve nortear nosso seguimento como cristão - este posto pertence ao próprio Cristo -, mas sim, aquela que nos orienta ao que fazer como tal: a vontade de seu filho. E Caetano soube realizar isso belamente com a ajuda de suas duas mães, a terrena e a celeste.

Filho de uma família muito religiosa, os Thiene eram reconhecidos por serem homens devotos aos ensinamentos da Igreja e de possuírem uma boa moral. Seu pai, conde Gaspar, morre quando Caetano tinha apenas dois anos, em 1482, defendendo as terras pontifícias. Sua educação religiosa e acadêmica fica sob a responsabilidade de sua mãe, condessa Maria Porto, vinda de uma família com a mesma dignidade que seu pai. Em tenra idade ela consagra seu filho a Maria e neste ato de devoção pede o constante auxílio dela para a vida que Caetano deveria ter.


Este ato de amor dessa mãe nos faz refletir sobre a nossa sociedade: como está se desenvolvendo a relação entre os pais e filhos? Está havendo reciprocidade nas demonstrações de amor entre eles? O fato de Caetano receber de sua mãe a instrução humana e religiosa, ajudou-o a definir qual seria o seu futuro. O amor demonstrado pela mãe deu a Caetano a capacidade de se desenvolver enquanto homem e não matar Cristo em suas ações como adulto. A família é o berço de toda uma sociedade. É lá que os primeiros ensinamentos são dados àqueles que um dia passarão a ter voz ativa como agente social, sendo até capacitado, segundo a vontade do Pai, de ser instrumento de renovação como foi são Caetano.

Hoje se percebe a cultura da indiferença, em que se busca apenas pelas obrigações e objetividades de forma mecânica, mas não se dá a devida atenção às nuances existenciais do homem. E que lugar mais brilhante para se reconhecer, valorizar e aprofundar essas nuances do que na família! Abraços em demonstração de carinho e agradecimento. Risadas como forma de exteriorizar o reconhecimento de um ato bom. E até lágrimas como vazão a sentimentos impossíveis de conter. Tudo isto faz o homem ser homem enquanto homem, não a preocupação exacerbada com o trabalho ou a quantidade de curtidas no Facebook...

Filhos bem instruídos religiosamente pelos pais podem ser os novos instrumentos de renovação de Deus. E nada melhor do que contar com o auxilio daquela que melhor soube ser instrumento de Deus: Maria. Por isto, pais e mães instruam seus filhos em sua fé! Demonstrem o amor a eles! E assim como a mãe de São Caetano, peçam a intercessão de Nossa Senhora por aqueles que podem fazer a diferença.

Que São Caetano, tão bem instruído pela sua mãe, e tão bem auxiliado por Maria, recorra por nós para melhor correspondermos a vontade de Cristo! /\


Franklin Cordeiro, seminarista teatino