quarta-feira, 29 de julho de 2015

1° dia - São Caetano: filho consagrado a Maria


Em toda a teologia católica Maria recebe um humilde lugar de destaque. Parece um antagonismo, mas na realidade, é apenas uma dupla dignidade que ela possui. Foi a ela que o anjo foi enviado, anunciando que no seu ventre o Verbo de Deus encarnaria e a aliança com os homens seria cumprida. Ela, humildemente, dá seu sim à proposta, e hoje os homens têm Jesus Cristo como o salvador. Padre Zezinho, em suas músicas catequéticas, nos mostra claramente o lugar de Maria na economia da salvação: "Não és deusa, não és mais que Deus, mas depois de Jesus o Senhor, neste mundo ninguém foi maior". Aqui se apresenta o motivo por Maria ser considerada humilde, e também por que recebe lugar de destaque na tradição católica.

Temos Maria como o exemplo de disponibilidade ao Pai e exemplo de seguimento de Cristo. Nas Bodas de Caná, presente na belíssima passagem do livro de João, quando recorrem a ela para solucionar o problema que passavam, ela não hesitou em recorrer a seu filho, e também não hesitou em orientar o que deveria ser feito: "faça tudo o que ele vos disser". Assim, Maria não é aquela que deve nortear nosso seguimento como cristão - este posto pertence ao próprio Cristo -, mas sim, aquela que nos orienta ao que fazer como tal: a vontade de seu filho. E Caetano soube realizar isso belamente com a ajuda de suas duas mães, a terrena e a celeste.

Filho de uma família muito religiosa, os Thiene eram reconhecidos por serem homens devotos aos ensinamentos da Igreja e de possuírem uma boa moral. Seu pai, conde Gaspar, morre quando Caetano tinha apenas dois anos, em 1482, defendendo as terras pontifícias. Sua educação religiosa e acadêmica fica sob a responsabilidade de sua mãe, condessa Maria Porto, vinda de uma família com a mesma dignidade que seu pai. Em tenra idade ela consagra seu filho a Maria e neste ato de devoção pede o constante auxílio dela para a vida que Caetano deveria ter.


Este ato de amor dessa mãe nos faz refletir sobre a nossa sociedade: como está se desenvolvendo a relação entre os pais e filhos? Está havendo reciprocidade nas demonstrações de amor entre eles? O fato de Caetano receber de sua mãe a instrução humana e religiosa, ajudou-o a definir qual seria o seu futuro. O amor demonstrado pela mãe deu a Caetano a capacidade de se desenvolver enquanto homem e não matar Cristo em suas ações como adulto. A família é o berço de toda uma sociedade. É lá que os primeiros ensinamentos são dados àqueles que um dia passarão a ter voz ativa como agente social, sendo até capacitado, segundo a vontade do Pai, de ser instrumento de renovação como foi são Caetano.

Hoje se percebe a cultura da indiferença, em que se busca apenas pelas obrigações e objetividades de forma mecânica, mas não se dá a devida atenção às nuances existenciais do homem. E que lugar mais brilhante para se reconhecer, valorizar e aprofundar essas nuances do que na família! Abraços em demonstração de carinho e agradecimento. Risadas como forma de exteriorizar o reconhecimento de um ato bom. E até lágrimas como vazão a sentimentos impossíveis de conter. Tudo isto faz o homem ser homem enquanto homem, não a preocupação exacerbada com o trabalho ou a quantidade de curtidas no Facebook...

Filhos bem instruídos religiosamente pelos pais podem ser os novos instrumentos de renovação de Deus. E nada melhor do que contar com o auxilio daquela que melhor soube ser instrumento de Deus: Maria. Por isto, pais e mães instruam seus filhos em sua fé! Demonstrem o amor a eles! E assim como a mãe de São Caetano, peçam a intercessão de Nossa Senhora por aqueles que podem fazer a diferença.

Que São Caetano, tão bem instruído pela sua mãe, e tão bem auxiliado por Maria, recorra por nós para melhor correspondermos a vontade de Cristo! /\


Franklin Cordeiro, seminarista teatino

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