quarta-feira, 2 de abril de 2014

S. CAETANO SEGUNDO QUEM O CONHECEU

Muito se escreve e se lê sobre a pessoa de Caetano, reformador católico do séc. XVI. Existem diversas biografias sobre ele, porém escritas por pessoas que nem o conheceram, isso não significa que não haja credibilidade em seus trabalhos, pelo contrário, houve historiadores e biógrafos espetaculares do santo, a nível de curiosidade, Caracciolo, Veny, Castaldo¹ entre muitos outros; que souberam reunir de forma cuidadosa dados sobre a vida de Caetano e compilar textos belíssimos.

Os padres das gerações posteriores, preocupados com a dimensão histórica da Ordem teatina, esforçaram-se por reunir material sobre o período da fundação, bem como sobre os primeiros padres. Deste esforço surge também relatos de padres mais velhos que haviam convivido com os primeiros padres, neste caso em particular, com o fundador S. Caetano Thiene.
No final do séc. XVI um padre, já idoso, é designado a escrever 'tudo quanto se lembrasse dos padres antigos', ele se chamava Pe. João Antonio Prato e nos deixou um relato muito aprazível sobre a personalidade de S. Caetano, seu modo de ser e algumas informações. 

A leitura de tal documento histórico é fundamental para se compreender um pouco mais o santo, assim como ter um contato mais de perto com ele.
                                                                                                
Segue-se abaixo um trecho do relato de Antonio Prato, datado em 29 de agosto de 1598:

(...) “Quanto sobre a pessoa do Pe. Caetano, era em todas as suas ações tais, que com as palavras e com a vida, se pode dizer que foi um exemplo de todas as virtudes. era humilíssimo com todos submetendo-se a cada um prontamente, sem perder a sua importância e uma certa prudência, a qual acompanhava todas as suas ações. Se mostrava em todas as ocasiões amante da santa pobreza e vestia-se beatissimamente, muitas vezes fazendo (re)costurar as vestes velhas. Na sua cela não tinha mais que três ou quatro livros, como as morais de S. Gregório, S. Bernardo e qualquer outro livro devoto. No ajudar os enfermos, consolar os aflitos, aconselhar os que necessitavam, em todas as ocorrências, mostrava tanta bondade e caridade para cada um, que se obrigava as almas de todos. Se mostrava singular na obediência, fazendo de bom grado mais a vontade dos outros que a própria:onde devendo partir de Veneza para a prepositura de Nápolis, e, os outros Padres confiando a ele a eleição de um companheiro, não quis nomear nenhum, ao invés disso, voltado ao Crucifixo, rezou ao Senhor que inspirasse nos corações dos Padres a dar-lhe aquele que fosse mais contrário ao seu gosto.” (...)²


Pedro G. Moreira
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1-       Estes são um dos principais biógrafos do santo. É sabido que eles usaram o presente relato como fonte para as suas biografias.
2-       ANDREU, Francisco, Relazione del P. D. Giovanni Antonio Prato, Regnm Dei I (1945), p. 130.

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