O tempo da Quaresma é compreendido pela Igreja como um
itinerário que se percorre rumo a algo maior: a Crucificação e Ressurreição de
Cristo. Este caminho remonta-nos também aos 40 anos que o povo hebreu passou no
deserto rumo à Terra prometida.
Este tempo também nos remonta aos 40 dias que Cristo ficou no deserto jejuando. Quando sente-se tentado Jesus se vale da Palavra de Deus, que é também alimento e fortaleza espiritual: “não só de pão vive o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (MT 4,4). Esta foi a
força e defesa de Cristo que se encontrava na sua “quaresma” (provação no
deserto). Ora, os primeiros teatinos sempre levaram para o seu cotidiano este exemplo, visto que, liam os evangelhos durante as refeições, prática que
estava para além do tempo da quaresma. Assim, alimentados pela Palavra, teriam forças para por em prática o projeto suscitado no coração de Caetano pelo mesmo Espírito (Santo) que impeliu Jesus ao deserto. Sob este prisma percebemos que as práticas
teatinas primitivas se identificam em muito com a vivência deste tempo
litúrgico.
Sobre as práticas quaresmais e àquelas que dizem respeito à
vida teatina vemos claro esta correlação nesta explicação das atitudes na
Quaresma:“Por isso se exige empenho evangélico e coerência de vida, traduzida em boas obras, em formas de renúncia àquilo que é supérfluo e de
luxo, em manifestações de solidariedade
com os sofredores e os necessitados”. (CONTIERI, Carlos Alberto, comentários
bíblicos). Tudo isto foi buscado de modo incessante pelo ser teatino e que
se concretizou na vida dos santos, beatos e veneráveis clérigos regulares. E que também hoje deve concretizar-se na nossa vivência cotidiana.
Pedro G. Moreira
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