sexta-feira, 21 de março de 2014

DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO

·         Jesus é sepultado




“Depois disso (a morte), José de Arimatéia, pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus; ele era discípulo de Jesus às escondidas, por medo dos judeus. Pilatos o permitiu. José veio e retirou o corpo. Veio também Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido a Jesus de noite; ele trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e de aloés. Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo como os judeus costumavam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado. Por ser o dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá que eles colocaram Jesus.” (Jo 19, 38-42)
Jesus está morto, todas as esperanças esvaem-se. Os discípulos voltam às redes, ninguém lembra-se da promessa de Jesus que cumprir-se-ia três dias depois. É sexta-feira, véspera do sábado, dia em que os judeus nada faziam, desde as seis horas do dia anterior. Este horário se aproximava, e Maria, Nicodemos e os outros que ali estavam, como bons judeus, tinham de cumprir os preceitos e sepultar o corpo do Senhor. Como costumavam fazer, envolveram seu corpo com perfumes e depois enrolaram-no com um tecido branco. E sepultaram-no, e, à entrada do tumulo, rolaram uma grande pedra. Tudo feito de um modo de certo apressado, as vésperas do sábado que aproximavam-se.
Eis aqui o mistério da nossa fé, Jesus, como Deus que o é, morto, desce à mansão dos mortos, ao inferno, e resgata todas as almas que lá estavam, todos que haviam pecado de Adão até o último pecador morto antes de Jesus e, com sua vitória sobre a morte, abre o Reino dos Céus com sua cruz. O jardim onde está o tumulo de Jesus torna-se o novo Éden, Jesus torna-se o novo Adão. A cruz torna-se chave que abre o ‘portão’ do céu.
As esperanças esvaídas. Para o túmulo se leva o corpo morto daqueles que morreram, que temos a certeza nunca mais voltaram aqui nesta vida. O corpo não mais lhes serve. Esperanças temos de vida eterna, nos céus. Jesus nos surpreende, faz de seu túmulo, lugar de comum podridão e falta de esperança, útero que gera a vida e supera toda e qualquer expectativa. O tumulo não encerra a vida.
Jesus morto e sepultado permanece vivo na esperança que sua Mãe guarda em silencio no seu coração. Tudo lhe era conhecido. A Mãe conhece o filho que tem. Suprimida de dor enterra o corpo morto de seu filho, mas conserva viva a esperança do terceiro dia.
Em Jesus ganhamos uma certeza, nem tudo que vai para o túmulo está perdido, nem tudo que por todos está desenganado não pode recuperar-se. A vida não pode ser encarcerada dentro de quatro paredes.
Daí-nos Senhor a graça de esperarmos donde não se vê esperança, amar onde não há amor, confiar onde só há dúvidas, doar onde só há cobranças, silenciar onde só há barulho.

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